Ele é repórter, aventureiro, perspicaz e intuitivo. Já enfrentou inúmeros vilões, sempre dispostos a fazer maldades. É capaz de viajar do Tibet para a Lua ou do Egito para as profundezas do mar, perseguindo a verdade e a justiça. E sempre acompanhado de um simpático cachorrinho branco. Dificilmente quem tem mais de 40 anos não se lembra de TINTIN, que recentemente voltou, agora no cinema, para conquistar uma nova geração de apaixonados fãs.
Criado em 1929 por Georges Prosper Remi, um escritor e cartunista belga mais conhecido pelo apelido de Hergé (baseado na pronúncia das iniciais de Remi e Georges), TINTIN era um jovem repórter, curioso por instinto, que adorava viajar e desvendar casos misteriosos. A primeira história em quadrinhos (na verdade tirinhas semanais em preto e branco) apareceu no dia 10 de janeiro nas páginas do “Le Petit Vingtième”, suplemento juvenil do jornal Le Vingtième Siècle. As tirinhas foram um verdadeiro sucesso imediato, fazendo com que as vendas da edição de quinta-feira do jornal, dia em que o suplemento onde TINTIN aparecia circulava, aumentassem em 600%.
A aventura inicial já construía as bases da série. Hergé apresentou o personagem como um jornalista do suplemento, o que fica explícito logo no primeiro quadrinho: “O Petit Vingtième, sempre preocupado em satisfazer seus leitores e mantê-los informados do que acontece no mundo, acaba de enviar à Rússia soviética um de seus melhores repórteres: Tintim!”. Seus companheiros de aventuras eram Milu (Milou, no original em francês), um fiel fox terrier de estimação e seu melhor amigo; e o Capitão Archibald Haddock, um ex-oficial da marinha mercante e irremediável amante de rum, que passou a fazer parte das histórias somente na década de 40. O enorme sucesso de TINTIN fez com que nas anos seguintes seguintes outras histórias fossem criadas, onde o personagem aparecia viajando pelo mundo para desvendar mistérios. Misturando fantasia, ficção científica, espionagem, mistérios e humor, AS AVENTURAS DE TINTIM (no original em francês, Les Aventures de Tintin) conseguiam prender a atenção de pessoas de todas as idades, amealhando milhões de devotados fãs pelo mundo inteiro.
Além disso, as aventuras do perspicaz TINTIN foram adaptadas para outras mídias, como livro (a reunião das aventuras, uma por álbum, ajudou a moldar um suporte editorial que vigora até hoje na Europa), incluindo a primeira versão encadernada (1930) e as versões coloridas (a partir de 1940), revistas e até mesmo versões animadas, além de virar peça de teatro (1941) e comédia musical. A primeira tentativa de adaptar uma aventura do personagem para filme, com marionetes, ocorreu em 1947. A primeira tradução de suas aventuras para o inglês ocorreu em 1958, mesmo ano em que o personagem estreou na televisão. No Brasil, TINTIM (em português ganhou um “m” no final” começou a ser publicado nas décadas de 1960 e 1970, pelas editoras Flamboyant e Record. E não parou por aí. TINTIN virou selo na Bélgica em 1979, moedas comemorativas e ganhou até um museu, localizado na pequena cidade de Louvain-La-Neuve, 30 km distante de Bruxelas, em um parque cortado por uma pequena rodovia que passa sob o edifício.
A morte de Hergé, no dia 3 de março de 1983 vitimado por uma leucemia, pôs fim às aventuras. Mas apenas no papel. Em outras mídias, o personagem continuou popular. O personagem conquistou uma nova geração de fãs no início da década de 90, quando em uma co-produção francesa e canadense, a série ganhou uma nova animação para televisão. O desenho animado estreou em 1991 e teve ao todo 21 episódios. No final de outubro de 2011, um dos mais queridos personagens dos quadrinhos chegou aos cinemas (Reino Unido) em uma superprodução 3D, intitulada “As aventuras de Tintin: O segredo do Licorne”, com direção de Steven Spielberg e produção de Peter Jackson. O filme foi gravado em motion capture, que capta as expressões e movimentos dos atores e os transforma em animação.
Alguns outros personagens importantes da série são o Professor Girassol (Tryphon Tournesol no original em francês), um inventor maluco quase surdo que carrega um pêndulo para onde quer que vá e que, entre outras coisas, criou o foguete que levou TINTIN à Lua; Dupont e Dupond, dois atrapalhados investigadores que, mesmo não tendo nenhum parentesco, são incrivelmente parecidos tanto na aparência quanto nas ações (apenas o bigode permite diferenciá-los); a cantoraBianca Castafiore, diva da ópera dona de uma voz aplaudida no mundo todo, menos pela maioria dos personagens da série, a quem sempre traz muita confusão; além do mordomo Nestor e dos vilões Rastapopolus, desprovido de escrúpulos, que organiza complôs para atingir seus objetivos,General Alcazar e Dr. Müller.
Os álbuns
Ao todo As Aventuras de Tintim renderam 24 fantásticos álbuns:
1. Tintin au pays des Soviets – Tintim na Terra dos Sovietes (1930)
2. Tintin au Congo – Tintim no Congo (1931)
3. Tintin em Amérique – Timtim na América (1932)
4. Les Cigares du Pharaon – Os Charutos do Faraó (1934)
5. Le Lotus bleu – O Lótus Azul (1936)
6. L’Oreille cassée– O Ídolo Roubado (1937)
7. L’Île Noire – Ilha Negra (1938)
8. Le Sceptre d’Ottokar – O Cetro de Ottokar (1939)
9. Le Crabe aux pinces d’or – O Caranguejo das Pinças de Ouro (1941)
10. L’Étoile mystérieuse – A Estrela Misteriosa (1942)
11. Le Secret de la Licorne – O Segredo do Licorne (1943)
12. Le Trésor de Rackham le Rouge – O Tesouro de Rackham o Terrível (1944)
13. Les 7 Boules de cristal – Nas Sete Bolas de Cristal (1948)
14. Le Temple du Soleil – O Templo do Sol (1949)
15. Tintin au pays de l’or noir – Timtim ao País do Ouro Negro (1951)
16. Objectif Lune – Rumo à Lua (1953)
17. On a marché sur la Lune – Explorando a Lua (1954)
18. L’Affaire Tournesol – O Caso Girassol (1956)
19. Coke en stock – Perdidos no Mar (1958)
20. Tintin au Tibet – Timtim no Tibete (1960)
21. Les Bijoux de la Castafiore – As Jóias da Castafiore (1963)
22. Vol 714 pour Sydney – Vôo 714 para Sydney (1968)
23. Tintin et les Picaros – Tintim e os Picaros (1976)
24. Tintin et l’Alph-art – Timtim e a Alfa-Arte (1986)
Dados técnicos
● Origem: Bélgica
● Estréia (oficial): 10 de janeiro de 1929
● Estréia (televisão): 1958
● Criador: Georges Prosper Remi
● Proprietário da marca: Hergé Foundation
● Faturamento: Não divulgado
● Álbuns: 24
● Episódios TV: 21
● Filmes: 1
● Presença global: + 90 países
● Presença no Brasil: Sim
● Segmento: Desenhos animados tradicionais
● Website: www.tintin.com
A marca no mundo
TINTIN e suas histórias, que pertencem a Fundação Hergé, estão presentes em mais de 90 países ao redor do mundo. As histórias do carismático personagem já foram traduzidas para aproximadamente 60 idiomas (inclusive vários dialetos como alsaciano, occitano e valão) e venderam mais de 220 milhões de cópias. Além disso, a fundação fatura com o personagem através de licenciamento. Existem mais de 250 produtos, desde despertadores, canecas, roupas e DVDs, até cuecas e jogos, que estampam a imagem de TINTIN e sua turma. A primeira loja totalmente dedicada a produtos sobre o personagem, The Tintin Shop, foi inaugurada em 1984 no Covent Garden em Londres.
Você sabia?
● O personagem é conhecido como TIM em alemão, TENTEN em turco e TITINUS em latim.
● Especialmente por causa de TINTIN, Hergé ficou conhecido como o “Walt Disney europeu”.
● Há dúvidas sobre essa afirmação, mas alguns estudiosos dizem que Hergé se inspirou nas características físicas de seu irmão caçula, Paul, para desenhar o personagem. TINTIN é mostrado como um jovem de pele clara e cabelos castanhos, com um charmoso topetinho no alto da cabeça.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas).
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