Quando aparecer pelo retrovisor as tradicionais grades dianteiras gêmeas, o motorista, por mais alienado que seja, sabe que ali atrás está um mito, uma das marcas mais influentes do mundo no setor automobilístico: BMW. E o melhor a se fazer é deixá-lo passar e contemplar seu design sem igual, mesmo que por alguns rápidos segundos, antes que o bólido desapareça.
A história
A história começou de forma modesta exatamente no dia 7 de março de 1916 quando Karl Friedrich Rapp e Gustav Otto comandaram a fusão de dois fabricantes de motores de avião da cidade de Munique: a Rapp Motorenwerke, que havia sido fundada em 1913, e a Gustav Otto Flugmaschinfabrik, cuja origem data de 1911. Pouco mais de um ano se passou e a empresa foi rebatizada com o nome que mantém até hoje: BMW (abreviação de Bayerische Motoren Werke), em português “Fábrica de Motores da Baviera”. A Primeira Guerra Mundial proporcionou um crescimento rápido à empresa, que rapidamente construiu amplas instalações a leste do antigo aeródromo de Oberwiesenfeld em Munique. Até 1918, a empresa forneceu motores para aviões militares. Sua história começou a mudar quando o Tratado de Versalhes, assinado após o fim do primeiro conflito mundial, proibiu à Alemanha de fabricar motores para aviões durante cinco anos.
A BMW então passou a fornecer motores de quatro cilindros para caminhões e barcos. A empresa deve o sucesso de seus produtos na fase inicial ao visionário engenheiro Max Friz. Um motor de seis cilindros para aviões, desenvolvido por ele, valeu à empresa, em 1919, o primeiro recorde mundial de sua história: o de altitude de voo, com 9.760 metros. Foi ele também que desenvolveu a primeira motocicleta da marca BMW, chamada R 32, com motor boxer de dois cilindros, apresentada oficialmente no Salão de Berlim em 1923. A R 32 utilizou o princípio de construção mantido até hoje nas motocicletas da marca, um motor boxer com cilindros longitudinais e eixo de transmissão.
Porém a BMW precisava se estabelecer no setor dos carros utilitários com menores dimensões. Foi então que, em 1928, comprou uma fábrica de automóveis em Eisenach/Thuringia e, junto com o negócio, uma licença para produzir um pequeno automóvel chamado Dixi, baseado no modelo inglês Austin Seven, com motor de válvulas laterais de 15cv e 748cc, que foi rebatizado com o nome de Dixi 3/15. O carrinho rapidamente conquistou grande popularidade, ajudando e muito a superar as dificuldades durante a grande crise econômica da época. Posteriormente, lançou-se no mercado o primeiro carro com logotipo BMW, também chamado 3/15, devido à sua semelhança com o modelo anterior. Até o início da década de 1930, o aperfeiçoamento visual e técnico tinha sido tão importante que os automóveis produzidos não lembravam em nada os modelos originais. Eram, no entanto, desenhos provisórios, pois as oficinas da BMW já estavam desenvolvendo exemplares de uma série de carros com motor de seis cilindros, que fariam a empresa famosa em toda Europa e lhe proporcionariam, inclusive, grande fama nos circuitos esportivos. Portanto, o modelo 303, lançado em 1933, foi o verdadeiro antecessor dos atuais BMW. Este modelo foi o primeiro automóvel com as tradicionais grades dianteiras gêmeas, que se tornaram símbolos da marca alemã. Inicialmente a grade do radiador de duas seções e arredondada era vertical e ficou conhecida como “a grade em forma de rim” (BMW KIDNEY GRILLE).
No ano dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, a empresa introduziu no mercado o carro esportivo mais bem-sucedido da Europa na categoria de dois litros: o BMW 328. O modelo estreou com a espetacular vitória de Ernst Henne na corrida de Eifelrennen. No final desta década, o BMW 328 já havia se tornado um mito nas pistas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, uma triste constatação, a BMW estava totalmente destruída. Perderam-se as fábricas de Eisenach, Dürrerhof, Basdorf e Zühlsdorf. A sede em Munique também havia sido destruída. As forças aliadas vitoriosas proibiram a BMW de operar durante três anos devido à produção de motores de aviões e foguetes que ajudaram o regime nazista. Em virtude disso, somente em 1948, a motocicleta BMW R24, com motor de um cilindro, saiu das linhas de produção da fábrica de Munique sendo o primeiro produto pós-guerra da marca alemã. O sucesso de vendas deste modelo superou todas as expectativas, com 9.144 unidades comercializadas em 1949. E foi somente em 1951 que a empresa apresentou seu primeiro automóvel pós-guerra, o modelo 501, um sedã de grandes proporções e capaz de acomodar seis pessoas, impulsionado por um novo motor de seis cilindros. Entrou em produção no ano seguinte e marcou uma era de luxo, alta qualidade e tecnologia que se tornaram referência em sua classe.
O raro BMW 507 Roadster (um conversível de dois lugares), lançado em 1955, foi considerado um dos mais belos automóveis de todos os tempos. Dentre os apaixonados pelo modelo estava o astro Elvis Presley. Um carro em particular salvou a BMW da difícil crise econômica vivida nesta década. Foi o BMW 700, (denominado assim por sua cilindrada), lançado em 1959 nas versões cupê e sedã. O modelo causou estranheza, pois não parecia em nada com um legítimo BMW. Até mesmo a grade “duplo-rim” estava ausente, pois o motor ficava na parte traseira; na frente, apenas o estepe e o porta-malas. Media apenas 3.54 metros de comprimento e 2.12 metros entre eixos. O interior trazia um painel simples, com o velocímetro em forma de arco (mais tarde circular) e volante de dois raios. O motor tinha apenas 30cv - mas o carro pesava só 640 kg, o que permitia boas acelerações e a velocidade máxima de 125 km/h. A resposta do público foi tão boa que os 25 mil pedidos por ambos os modelos demoraram a ser atendidos, gerando espera de seis semanas. O modelo pequeno e de apelo esportivo marcou uma era de sucesso no mundo automotivo pós-guerra, reergueu a empresa e permitiu que a montadora alemã continuasse o seu caminho. Depois dos tempos difíceis, graças o modelo 700 a BMW terminava a década com saúde financeira e boa imagem no mercado.
Em 1961, o modelo 1500 estabeleceu a tendência da filosofia de design da empresa alemã. Foi o primeiro de uma nova categoria de automóveis esportivos e compactos de turismo. Apresentado oficialmente no Salão do Automóvel da Alemanha, o modelo causou fila de espera para vê-lo de perto e se tornou mais um sucesso na história da empresa, reforçando ainda mais a modernidade de seus automóveis. Em 1972, os primeiros BMW elétricos tiveram um papel importante na história da marca. Uma pequena frota do BMW 1602 na cor laranja serviu como suporte e tornou-se símbolo dos Jogos Olímpicos de Munique. Capaz de atingir a velocidade de 100 km/h e com autonomia de 65 km, esse BMW ajudou a desenhar e traçar o DNA de seus atuais carros elétricos.
Nos anos seguintes a BMW, além de lançar modelos históricos e de grande vendagem, os equipou com tecnologia de ponta e inúmeras inovações, como por exemplo, em 1979 quando desenvolveu a primeira injeção eletrônica digital para motores; quando ofereceu o primeiro modelo de carro blindado; iniciou pesquisas para o desenvolvimento de motores de hidrogênio; ou até mesmo como na década de 1980 quando o sistema de freios ABS foi adotado na produção em série, além dos primeiros modelos europeus equipados com catalisador (1984). No histórico ano da queda do muro de Berlim em 1989, a BMW atingiu mais um recorde com a produção de meio milhão de automóveis. A partir dos anos de 1990 a montadora alemã iniciou uma enorme diversificação em sua linha de produtos, ingressando em novos segmentos com o lançamento de modelos roadster, utilitários esportivos e até uma série de veículos compactos.
Mais recentemente, a montadora alemã vem apostando e investindo na linha BMW i, sinônimo de carros elétricos visionários e serviços de mobilidade, design inspirador e uma nova compreensão de Premium, fortemente definida por meio da sustentabilidade. Graças à tecnologia eDrive, a mobilidade elétrica proporciona uma experiência de condução única e emocionante. Essa tecnologia é composta por um motor elétrico extremamente ágil, desenvolvido e construído pela BMW, com tecnologia de baterias inovadora e um sistema inteligente de gestão do motor. Diferentemente do processo chamado princípio de “conversão”, no qual os componentes elétricos são integrados em veículos criados para motor a combustão, a inovadora arquitetura LifeDrivedos BMW i destina-se objetivamente às exigências técnicas da propulsão elétrica. Essa linha tem o mote: BMW i: born eletric. Outro projeto da montadora alemã atende pelo nome de BMW X7, o utilitário esportivo mais luxuoso da marca com espaço de sobra para toda a família. Ao todo serão sete lugares com tecnologia acessível a todos os passageiros. A previsão é que o modelo seja lançado oficialmente em 2017.
De acordo com uma pesquisa recente feita com 67.000 oficinas mecânicas e reparadoras de automóveis dos Estados Unidos, a BMW é considerada a terceira marca automotiva que menos visita esses estabelecimentos, em segundo lugar é a Honda e em primeiro lugar a Toyota. A sua maior concorrente Mercedes-Benz ficou em quinto lugar. Isto prova a excelência mecânica de seus cobiçados automóveis.
A linha do tempo
1962
● “Só um BMW ultrapassa um BMW”, dizia a publicidade da marca no início dessa década. E oBMW 2002, principalmente na versão Tii, fazia jus ao anúncio. Produzido até 1977, foi um dos cupês mais importantes da década.
1966
● Lançamento da SÉRIE 2, um esportivo médio com carroceria de 2 portas. Esse modelo estabeleceu novos patamares em sua categoria: dimensões compactas com amplo espaço interno, suspensão com engenharia extremamente moderna e uma ampla variedade de motores de alto desempenho.
1968
● Este ano marcou a história da BMW com o retorno ao segmento de carros grandes e do motor de seis cilindros do BMW 2500. Poucos anos depois surgia o BMW 3.0 CSi, um esportivo emblemático com motor de 3 litros e injeção eletrônica.
1972
● Produção do primeiro automóvel da SÉRIE 5. Esta série englobou modelos de sucesso como o 520i (1972), 518i (1974), 528i (1975), 530i (1975) e M535i (1979). Com mais de 5.5 milhões de unidades vendidas em toda sua história, esta série está na sua sexta geração.
1973
● Lançamento do BMW 2001, o primeiro carro turbo produzido em série do mundo.
1975
● Surgimento do primeiro automóvel da SÉRIE 3 em substituição a linha 1600/2002, inicialmente disponível em três versões: 316 (1.6l), 318 (1.8l) e 320 (2.0l). Esta série, que atualmente está em sua quinta geração, é a de maior vendagem da marca alemã no mundo.
1976
● Apresentação dos cupês esportivos médios da SÉRIE 6, sucessores do modelo E8. Os carros dessa linha oferecem uma combinação única de esportividade e elegância, conhecidos por sua dinâmica, tecnologia de ponta e níveis incomparáveis de conforto e segurança. Atualmente esta linha está entre a mais popular da marca.
1977
● Lançamento da SÉRIE 7, uma linha que incluía os veículos mais luxuosos da marca alemã. Inicialmente esta série oferecia os modelos 725, 728 e 730. Esta linha estabeleceu novos padrões com inovações eletrônicas e digitais para o motor, primeiro sistema ABS e um computador de bordo. Atualmente a linha está em sua quinta geração.
1985
● O modelo 325 iX torna-se o primeiro com tração nas quatro rodas.
1988
● Lançamento do modelo Z1 ROADSTER, um esportivo conversível de dois lugres que tinha como maior particularidade as portas que se abriam recolhendo para baixo. O modelo foi produzido até 1991 com apenas 8.000 unidades comercializadas.
● Lançamento da K 100, até então única motocicleta do mundo equipada com ABS e catalisador.
1989
● Lançamento da SÉRIE 8, uma linha de automóveis equipados com motores de oito e doze cilindros. O modelo mais famoso da linha foi o BMW 850i, que deu continuidade a grande tradição da marca alemã reinterpretada em novo tempo: era uma série completamente nova, com capacidades e feitos técnicos nunca vistos. A marca otimizou todos os aspectos do carro e estabeleceu padrões bem elevados, criando assim a aura original do cupê.
1991
● Apresentação no Salão de Frankfurt do BMW E1, um dos mais importantes passos da montadora para a eletromobilidade. O modelo estabeleceu novos padrões para os veículos elétricos modernos com construção de baixo peso, segurança passiva e ativa, praticidade e eficiência.
1996
● Lançamento do BMW Z3, primeiro carro da montadora não produzido na Alemanha. O modelo ganhou fama e popularidade através do filme 007 Golden Eye, no qual o famoso agente secreto James Bond conduzia o modelo por estradas cubanas. Foi produzido até 2002.
1999
● Lançamento do BMW X5, primeiro veículo esportivo utilitário da marca, que se tornou um de seus maiores sucessos de venda. O modelo foi o primeiro de sua categoria a combinar tração integral com agilidade e esportividade.
2000
● Lançamento da BMW C1, uma scooter fechada com teto de vidro de 125 cilindradas, desenvolvida em parceria com a Bertone. Apesar de inovador este modelo, comercializado somente na Europa, não fez o sucesso esperado e parou de ser fabricado em 2003.
2003
● Lançamento do BMW Z4, desenhado por Chris Bangle e introduzido no mercado como substituto do famoso modelo Z3. Este modelo era considerado a melhor definição de prazer quando o assunto é dirigir. Com motor de 6 cilindros em linha twin turbo, se tornou um dos carros mais cobiçados por amantes da velocidade com seus 306cv de potência. Este roadster conversível de dois lugares ganhou sua versão cupê em 2005. Em 2009 foi apresentada a segunda geração, o primeiro BMW da história desenhado inteiramente por mulheres (no caso, uma dupla de designers alemãs). Com o novo design veio também uma capota rígida (que abre em 20 segundos).
● Apresentação do BMW X3, um utilitário esportivo compacto.
2004
● Lançamento da BMW SÉRIE 1, uma linha de automóveis compactos que estreou com um modelo hatchback de cinco portas. A partir de 2007, a série estreou uma versão cupê (berlina de três portas) e uma versão cabriolet (conversível), com capota de lona. Fazem parte desta linha modelos como o 118i e o 120i.
2006
● Lançamento do BMW HYDROGEN 7, primeiro super sedã de luxo totalmente movido a hidrogênio.
2008
● Lançamento do BMW X6, um utilitário esportivo luxuoso que mistura características dos modelos X5 (estilo e tamanho) e Série 6 (frente, espaço interno e sofisticação).
2009
● Apresentação do BMW X1, um pequeno e compacto utilitário esportivo que mais parece uma perua. O novo modelo era equipado com todo tipo de auxílios eletrônicos á direção, incluindo controle de estabilidade, distribuição eletrônica de frenagem e controle dinâmico de tração. Além disso, três tetos estão disponíveis: solar convencional, solar duplo e panorâmico.
● Lançamento do BMW 5 SERIES GRAN TURISMO, combinação perfeita da elegância de um sedã, flexibilidade de uma touring e posição elevada dos bancos de um SUV. Com design elegante, interior luxuoso e espaço generoso para todos os passageiros, este modelo é surpreendentemente versátil.
2011
● Lançamento do conceito ConnectedDrive, que como o nome indica é algo como direção conectada. Para conquistar a geração acostumada a trocar arquivos e experiências pela internet, a BMW criou um pacote tecnológico que conecta motorista, seu BMW e o mundo exterior, combinando diversos elementos: aplicativos online, assistência ao motorista (como por exemplo assistente de visibilidade, GPS, aviso de saída involuntária da faixa de rodagem e aviso de controle de aproximação com ativação do freio), Serviços Call Center e uma solução inteligente para integração de dispositivos móveis. É conveniência, “infotainment” e segurança ou, simplesmente, ainda mais prazer de dirigir.
2013
● Lançamento do BMW i3, um hatchback urbano elétrico, que conta com o moderno sistema de propulsão eDrive livre de emissões e praticamente inaudível. Com uma única carga, o i3 tem autonomia de 130 km. O primeiro carro elétrico da montadora alemã utiliza, pela primeira vez em produção em série, estrutura total da carroceria em fibra de carbono, ligada a um chassi de alumínio. É um material caro, extremamente leve e 50% mais resistente que o aço.
2014
● Lançamento do BMW i8, um cupê esportivo de duas portas híbrido, possui um motor a combustão e um sistema elétrico de propulsão. Quando apenas no modo elétrico, o esportivo tem autonomia de apenas 25 km e velocidade máxima limitada em 120 km/h. Assim como o i3 a autonomia do i8 pode ser ampliada para 500 km fazendo uso do modo de condução que poupa energia, batizado de Eco Pro.
A divisão M
Tudo começou no dia 1º de maio de 1972 quando o ex-piloto da Porsche, Jochen Neerpasch, junto com mais 35 funcionários – a maioria deles ex-pilotos e profissionais com vasta experiência no ramo automobilístico - fundou a BMW Motorsport GmbH. Essa divisão, localizada ao lado da sede da empresa alemã, era responsável pelo desenvolvimento de automóveis para competição e preparação de motores, como por exemplo, o da equipe Brabham que venceu a temporada de 1983 da Fórmula 1 com o piloto brasileiro Nelson Piquet. Já no ano seguinte, em 1973, surgem os primeiros frutos da Motorsport, na figura do BMW 2002 para rali, que pesava 950 kg e contava com motor de 240cv, e o famosíssimo 3.0 CSL (Coupe Sport Light, ou cupê esporte leve). Em 1974 surgem os primeiros carros de rua preparados pela Motorsport. A Série 5 (530, 533i e 535i) foi escolhida para receber “o veneno”, com o qual os modelos tinham aparência de grandes sedãs, mas desempenho surpreendentemente esportivo.
O primeiro produto Motorsport para produção em grande escala chegaria em 1978: o BMW M1. Desenhado por Giorgetto Giurgiaro, em colaboração com a Lamborghini, o M1 apresentava motor central e tinha apenas 1.14 metros de altura. A traseira era marcada pelas lanternas largas e pela presença de dois logotipos da BMW, um em cada extremidade do veículo. A potência variava de 227cv para a versão de rua até 470cv para o M1 de pista. Seu desenho é considerado moderno até hoje e na época causou grande impacto no setor. Na década de 1980 a BMW M lançou no mercado outros modelos de prestígio mundial, como por exemplo, o BMW 635 CSi e a primeira geração do BMW M5, ambos em 1984; o BMW M3 (1986), inicialmente para as pistas e depois para as ruas; e o cupê M6. Em 1993 a divisão Motorsport passou a se chamar simplesmente “M”. Atualmente, a BMW M prepara modelos da linha regular da montadora alemã que vão do cupê Série 1 M ao utilitário esportivo X6 M.
A eficiência dinâmica
O programa BMW EfficientDynamics engloba um conjunto de medidas inteligentes que permitem reduzir sensivelmente o consumo de combustível e as emissões de CO2, aumentando ao mesmo tempo a performance e a potência de um BMW e o prazer de dirigir. O princípio básico é simples e consiste em evitar perdas, aproveitando ao máximo a energia gerada pelo próprio veículo – com o sistema de regeneração da energia de frenagem, que permite carregar a bateria com a energia utilizada na desaceleração de um BMW. Juntam-se vários outros componentes inovadores, como por exemplo, a direção assistida elétrica, os pneus de atrito reduzido e uma apurada aerodinâmica. Outro exemplo: as forças motrizes do BMW X3 aproveitam o turbocompressor Twin Scroll, a injeção direta a gasolina, que permitem aumentar a potência e reduzir o consumo. Menos emissões de CO2, mais prazer de dirigir, graças ao BMW EfficientDynamics.
Hoje em dia, os modelos BMW são dignos representantes da mobilidade sustentável, graças à inteligente gestão energética, construção de baixo peso, aerodinâmica e a outras soluções que tornam os motores muito mais eficientes. Outras inovações são as novas formas de tração, como o BMW ActiveHybrid (permite uma aliança perfeita entre o motor à combustão e o motor elétrico) e o conceito BMW eDrive. Além é claro, a função Auto Start/Stop, que desliga o motor nas paradas curtas (exemplo: semáforos), reduzindo o consumo de combustível e as emissões. Dependendo do tipo de transmissão, basta o condutor tirar o pé do freio ou acionar o acelerador para o motor funcionar novamente.
A nomenclatura
A montadora alemã utiliza nomenclaturas, três dígitos numéricos seguidos de uma ou duas letras, para identificar seus modelos. O primeiro número é a série do automóvel. Os dois próximos números representam a motorização do veículo. Exemplo: BMW 325, indica um carro da série 3 com motorização 2.5 litros. Já as letras significam: A = transmissão automática, d = diesel, i = injeção eletrônica de combustível; x = tração nas quatro rodas, s = esporte, L = longa distância entre os eixos; z = veículo de dois lugares (roadster), C = cupê, c = conversível, g = gás natural veicular, h = hidrogênio, T = touring, Ti = Hatchback e M = motorsport (designa os modelos de alta performance de cada série). Por exemplo, o modelo 760iL é um automóvel da série 7, com motor 6.0 litros com injeção eletrônica, longa distância entre os eixos e movido à gasolina. Recentemente, a marca alemã registrou a letra “i” para a denominação de sua nova linha de automóveis ecológicos. Para as demais séries, como a Z e a X, a empresa adotou outro padrão, sem nenhuma relação com a motorização.
As motocicletas
A história da marca alemã com motocicletas começou antes mesmo da produção de automóveis, em 1923, quando o modelo R32, projetado pelo engenheiro Max Fritz, estreou nos salões de Paris e Berlim. Este modelo apresentava as características básicas das futuras motocicletas da marca: motor boxer de 2 cilindros e transmissão secundária por eixo cardan. Era o início de uma história de sucesso. Em 1925 o chefe de desenvolvimento, Rudolf Schleicher, desenvolveu uma versão esportiva do motor R32 e o instalou na motocicleta modelo R37, com a qual Franz Bieber conquistou para a BMW o campeonato alemão de velocidade. Nos anos seguintes a montadora desenvolveu modelos revolucionários e emblemáticos como a R39, apresentada em 1925, primeira motocicleta monocilíndrica da marca, com motor de 250cc; a BMW R62, em 1928, com motor de 750cc, permanecendo como a motocicleta de maior cilindrada da marca até 1973; a R12, introduzida em 1935, primeira motocicleta equipada com suspensão dianteira telescópica; e a R51, equipada com suspensão traseira com pino oscilante em 1938. Com a Segunda Guerra Mundial surgiu a R75 militar, equipada com sidecar e tração tanto na motocicleta como no sidecar. Em 1948, após o término do conflito, a fábrica da BMW estava praticamente destruída. Um pequeno e dedicado grupo de funcionários conseguiu reiniciar a montagem de motocicletas utilizando para isso peças que sobraram dos modelos militares. O resultado de tamanho esforço foi o modelo R24 de 250cc.
Em 1951 foi lançada a R51/3, primeira motocicleta boxer do pós-guerra, que possuía novo desenho e tecnologia. Este modelo ficou conhecido como “a indestrutível”, tamanha era a resistência e qualidade das peças empregadas em sua fabricação. Ainda em 1951, surge uma nova motocicleta esportiva da BMW, colocando novamente a empresa entre os líderes internacionais. A BMW R68 era uma motocicleta capaz de quebrar a barreira mágica dos 160 km/h. Pouco depois, em 1954, a BMW ganhou a primeira de uma série de campeonatos mundiais de sidecar. Várias equipes obtêm êxitos consecutivos em 20 anos, alcançando velocidades até 220 km/h. A fábrica de motocicletas foi transferida de Munique para Berlim, em 1970, aproveitando-se de incentivos fiscais do governo alemão necessários para produzir uma motocicleta mais econômica que pudesse competir com as japonesas. Foi introduzido então o modelo série/5, seguido, em 1973, do série/6, e modelos de maior cilindrada (900cc), como a R90/6 e a esportiva R90 S. Pela primeira vez uma motocicleta BMW de série ultrapassou a marca dos 200km/h. Era a resposta alemã ao sucesso da CB750 da Honda. A BMW introduziu em 1976 a série/7 incluindo a R100RS de 1000cc, a primeira moto de série no mundo com carenagem integral. O sucesso da carenagem foi tão grande que imediatamente os proprietários dos modelos anteriores atualizaram suas motocicletas incorporando a carenagem da R100RS.
A divisão de motos para competições, conhecida como BMW MOTORRAD, conquistou ao longo de sua história vitórias importantes, como por exemplo, no Rali Paris-Dakar em 1981 com Hubert Auriol (primeira vitória na competição), feito que se repetiu em 1983 e nos dois próximos anos, desta vez com o piloto Gaston Rahier. A marca também fazia sucesso no Rali dos Faraós e no Baja Califórnia. Em 1987 encerrou-se a participação da BMW como equipe oficial. Mesmo assim, a marca continuou obtendo destaque com pilotos que utilizavam suas motocicletas. Eddy Hau, por exemplo, venceu a categoria Marathon do Paris-Dakar em 1988 e Jutta Kleinschmidt, em 1992, se tornou a primeira mulher a correr a prova. Após dez anos de afastamento, a BMW voltou a se envolver com o Paris-Dakar em 1998. No ano seguinte, o francês Richard Sainct venceu a competição. Em 2000, ganhou os quatro primeiros lugares, com Sainct em primeiro seguido por Oscar Gallardo e Jimmy Lewis. Em 2001, a BMW mudou o foco e começou a organizar sua própria competição, batizada de Boxer Cup. A BMW produz exclusivamente motocicletas com mais de 500 centímetros cúbicos, das quais vende aproximadamente 116 mil unidades anualmente. O faturamento com esta divisão para o Grupo BMW supera €1.5 bilhões anualmente.
As bicicletas
Poucos sabem, mas a BMW também produz bicicletas. E isto há mais de 60 anos. Com um histórico pioneiro neste segmento, a BMW produziu sua primeira bicicleta em 1950. Era feita de alumínio, um material que, somente cerca de 30 anos depois, viria a tornar-se popular na indústria. Os engenheiros da BMW tiveram também um papel decisivo no desenvolvimento do garfo de suspensão quando aplicaram o design de uma mota a uma bicicleta de montanha. O mecanismo de dobra, usado na BMW G BIKE na virada do milênio, também provou ser um desenvolvimento pioneiro na indústria. Em 2014 a BMW apresentou a terceira geração de suas cobiçadas bicicletas. Os modelos reúnem um design exclusivo e novos recursos técnicos, já que são equipados com componentes de renomeados fabricantes como Shimano e Suntour. A coleção inclui a BMW Cruise, a nova versão esportiva M Bike, o modelo elétrico Cruise e-bike e a funcional BMW Trekking Bike. Em relação ao visual, as bicicletas trazem um quadro que remete ao contorno do tanque da moto, linhas suaves e contrastantes cores que complementam a marca ousada desenvolvida pela DesignWorks USA, subsidiária integral do Grupo BMW. Além disso, o quadro parece único, já que não apresenta soldas visíveis, e os cabos foram escondidos o máximo possível. Os preços partem de R$ 5.8 mil, para o modelo BMW Cruise e pode chegar aos R$ 22 mil para o modelo BMW Enduro.
A sede
A imponente sede da BMW, localizada perto da Vila Olímpica de Munique, capital da Baviera, é um enorme complexo que chama a atenção por um edifício original, conhecido como BMW TOWER e chamado oficialmente de BMW-verwaltungsgebäude, com quatro marcantes torres cilíndricas contemporâneas e interligadas, que pretendem simbolizar “prosperidade, autonomia e perfeição técnica com um toque de utopia”. A sede mundial da BMW, projetada pelo arquiteto Karl Schwanzer, ficou pronta, por fora, em 1972, após quatros anos de construção, para os Jogos Olímpicos que se realizaram naquele ano em Munique. Somente no ano seguinte os funcionários se mudaram para lá e a sede foi oficialmente inaugurada no dia 18 de maio. O edifício permaneceu praticamente o mesmo até 2004 quando o interior foi renovado com isolamento térmico, isolamento acústico de som e novas janelas. Além disso, também recebeu novos elevadores e um eficiente sistema de ar condicionado.
O complexo é composto ainda por um enorme e completo museu (inaugurado também em 1973) cujo acervo é composto por 326 carros históricos da marca e uma sala de cinema com capacidades para 100 pessoas onde são exibidos filmes que contam a gloriosa trajetória da montadora. Dentro do prédio redondo as rampas e escadas rolantes conduzem o visitante a viajar pelos quase 100 anos de história da marca. O prédio é dividido em sete áreas temáticas de exibição, como o House of Design, que apresenta os visitantes ao espírito BMW, mostrando o processo de inspiração dos designers e os métodos de criação da imagem da marca; o House of the Company, que apresenta as origens e a evolução da BMW; ou o House of Motor Sport, ala esportiva que relembra as inúmeras glórias conquistadas nas competições de automobilismo. O museu ainda oferece aos visitantes a possibilidade de conhecer clássicos da montadora como os modelos Roadster, os Serie 3, 5, 6 e 7, e apresenta as máquinas do futuro, como os visionários carros-conceito movidos a hidrogênio.
Á poucos metros do complexo está localizado o Centro de Pesquisas e Inovação da montadora. Entrar neste setor sem ser convidado é tão difícil quanto pronunciar o nome desse departamento sem saber falar alemão. O Forschungs und Innovationszentrum (FIZ), inaugurado em 1986, é o centro nervoso de todo o desenvolvimento do grupo BMW. Em seus prédios geminados, que vistos de cima lembram o Pentágono, estão guardados os segredos dos futuros projetos das marcas BMW, Mini e Rolls-Royce. Nele trabalham cerca de 8.000 especialistas das mais diversas áreas, desde engenheiros a designers e matemáticos, todos pensando em projetos do futuro. Eles pesquisam novos materiais, combustíveis, formas aerodinâmicas e técnicas de produção, além de estudos voltados para as áreas elétrica e eletrônica. O acesso aos laboratórios só é permitido a um grupo restrito de funcionários como engenheiros, designers ou especialistas em computação, todos portadores de senhas especiais. A imprensa e curiosos geralmente são mantidos a distância.
A evolução visual
O logotipo circular da BMW é uma lembrança do produto original produzido pela empresa alemã: o motor de avião. Lembra uma hélice em rotação vista de frente. Isto porque muitos aviões eram pintados com as cores das suas regiões e aqueles da “Bavarian Luftwaffe” estavam pintados de azul e branco, correspondendo às cores do Brasão da Baviera. Conta a lenda que um piloto viu a hélice com alternados segmentos de branco e azul (pintadas assim para que os pilotos pudessem ver através delas), e daí surgiu a ideia para a concepção do icônico logotipo. Ele foi criado e registrado depois que Karl Rath e Gustav Otto conseguiram permissão do governo alemão para produzir motores de avião em 1917. O primeiro carro a ter o símbolo da marca alemã foi o modelo Dixi 3/15 de 1928. Ao longo dos tempos o logotipo sofreu alterações, algumas bastante suaves aos olhos dos consumidores. A primeira modificação ocorreu em 1923 quando uma nova tipografia de letra foi adota, além do aumento dos detalhes em dourado. Entre 1936 e 1954 os detalhes dourados sumiram e o azul ficou mais claro. Após passar por outras leves alterações, o logotipo atual da marca foi adotado em 2000.
Os slogans
Em 1975 surgia o mais poderoso e influente slogan na história da indústria automobilística: “The Ultimate Drive Machine”. Seria difícil ou pouco provável substituí-lo.
Mas a BMW ousou e durante vários anos a marca utilizou como slogan global “Sheer Driving Pleasure” (Puro prazer de dirigir). Veja abaixo como o slogan foi interpretado e utilizado em outros países:
Pelo prazer de conduzir. (Portugal)
Fraude am fahren. (Alemanha)
Le plaisir de conduire. (França)
Piace di guidare. (Itália)
Te gusta conducir. (Espanha)
El placer de conducir. (Chile)
Em 2013, a marca resolveu adotar um novo slogan. O design de seus automóveis sempre foi destaque. Qualquer modelo da marca que passe na rua é imediatamente identificado como um legítimo BMW. O novo slogan mundial resolveu enaltecer a experiência do design e o prazer de dirigir. O resultado foi DESIGNED FOR DRIVING PLEASURE, ou, em tradução literal,“Desenhados para Dirigir com Prazer”.
Dados corporativos
● Origem: Alemanha
● Fundação: 7 de março de 1916
● Fundador: Karl Friedrich Rapp e Gustav Otto
● Sede: Munique, Bavária, Alemanha
● Proprietário da marca: Bayerische Motoren Werke AG
● Capital aberto: Sim (1922)
● Chairman & CEO: Norbert Reithofer
● Faturamento: €76.05 bilhões (2013)
● Lucro: €5.31 bilhões (2013)
● Valor de mercado: €52.3 bilhões (outubro/2014)
● Valor da marca: US$ 34.214 bilhões (2014)
● Vendas globais (veículos): 1.963.798 unidades (2013)
● Vendas globais (motos): 115.215 unidades (2013)
● Presença global: + 140 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: China, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra
● Funcionários: 112.500
● Segmento: Automobilístico
● Principais produtos: Automóveis e motocicletas
● Concorrentes diretos: Mercedes-Benz, Audi, Porsche, Jaguar, Land Rover, Infiniti, Lexus eCadillac
● Ícones: As grades gêmeas dianteiras
● Slogan: Designed For Driving Pleasure.
● Website: www.bmw.com.br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca BMW está avaliada em US$ 34.214 bilhões, ocupando a posição de número 11 no ranking das marcas mais valiosas do mundo. Além disso, a BMW é a 64ª maior empresa do mundo de acordo com o ranking da Fortune Global 500 de 2014 (baseado no faturamento).
A marca no mundo
Presente em todas as partes do mundo, o grupo BMW emprega mais de 112 mil pessoas em 30 fábricas de produção e montagem espalhadas por 13 países (incluindo China, Estados Unidos, África do Sul, Índia, Egito, Canadá, Áustria, Alemanha e Brasil), comercializa seus automóveis em mais de 140 mercados internacionais e faturou em 2013 mais de €76 bilhões. Os maiores mercado da marca são China, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. Em 2013 a montadora alemã encerrou o ano com vendas globais de 1.963.798 veículos das marcas BMW (1.655.138 unidades), Mini (305.030 unidades) e Rolls-Royce (3.630 unidades). A divisão de motocicletas vendeu em 2013 mais de 115.000 unidades, gerando um faturamento superior a €1.5 bilhões. Em 2013 no Brasil a empresa vendeu 14.707 veículos somente da marca BMW.
Você sabia?
● Um pacote majoritário das ações da BMW, no valor de €12 bilhões, encontra-se em mãos da poderosa família Quandt, de origem holandesa calvinista, que imigrou para a Alemanha em 1700. Foi em 1959, que Herbert Quandt assumiu o controle da empresa, ao aumentar sua participação acionária, quando a empresa atravessava então uma séria crise, evitando assim que ela fosse à falência.
● A BMW ingressou na F1 em 1982 quando forneceu motores para a Brabham de Nelson Piquet. A montadora alemã se retirou da categoria em 2009, quando já atuava com uma equipe própria. Ao todo foram 20 vitórias na categoria, 76 pódios, 33 pole positions e um título mundial de pilotos.
● No dia 9 de outubro de 2014 a BMW inaugurou oficialmente sua primeira fábrica no Brasil. Erguida na cidade de Araquari, em Santa Catarina, a unidade terá capacidade para produzir até 32 mil carros por ano. A fábrica já começou suas operações com a montagem das primeiras unidades do sedã Série 3. Além do sedã, a montadora já anunciou que produzirá ainda a Série 1, X1, X3, todos com previsão de chegar ao mercado em 2015, e também o Mini Countryman, que deve ser nacionalizado em 2016.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Exame, Época Negócios e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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